domingo, 28 de novembro de 2010

Mito ou verdade: bebida alcoólica corta o efeito do antibiótico?



Todo mundo já ouviu dizer que não se deve consumir bebidas alcoólicas durante o tratamento com antibióticos. Mas será que essa afirmação é verdadeira? O clínico geral e cardiologista do Hospital Samaritano de São Paulo José Renato das Neves esclarece: "Não é verdade que o álcool reduza seu efeito, porém, pode reduzir o tempo que a substância ativa permanece na corrente sanguínea em níveis adequados", diz o médico. Ou seja: não é uma boa ideia beber enquanto estiver tomando esse e outros remédios.
Meia vida é o tempo que leva para o organismo eliminar 50% de uma determinada droga. "Esse tempo é que determina o intervalo em que devemos tomar um medicamento", descreve. Uma droga com meia vida de 9 horas, por exemplo, deve ser tomada a cada 8 horas para que o paciente não fique sem medicamento circulando no sangue em nenhum momento. 


Como o álcool tem o efeito de aumentar a eliminação urinária, por inibir o hormônio antidiurético, o fato de ingerir álcool durante o uso de medicamentos pode fazer com que o intervalo prescrito da droga seja inadequado. "Além disso, o tempo de eliminação do álcool pode ser reduzido aumentando sua toxicidade direta ao cérebro, fígado e trato digestivo. Nesse caso, pode provocar vômitos e impedir a absorção das próximas tomadas do antibiótico", acrescenta Neves.

Por ser uma droga que age no sistema nervoso central (no cérebro), o álcool pode tanto potencializar outras drogas de ação cerebral, como pode reduzir a ação. "Por isso, o álcool não deve ser consumido pelas pessoas que usam anticonvulsivantes, ansiolíticos, sedativos, antidepressivos e analgésicos", previne.

O álcool também é uma droga de eliminação hepática, por isso deve ser evitado com medicamentos que usem a mesma via de eliminação, como antibióticos macrolídeos, drogas para micoses, remédios para colesterol e triglicérides e alguns medicamentos dermatológicos. E, claro, por pessoas que tenham problemas hepáticos, pois a toxicidade pode ser ainda mais grave. "Existem, inclusive, casos fatais, quando esses fatores se sobrepõem ou a pessoa tem uma sensibilidade maior às drogas", alerta o médico.

Fonte:  uolcienciaesaude

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